sábado, 17 de julho de 2010

Tanto faz

Começar tirando a poeira. Sobrou-me um tempo, coisa que não acontecia. Somado ao dia horrível lá fora - e aqui dentro-, meus aforismos me atormentam (uh, como se eu me banhasse na moralidade...). Saiu, está saindo, sei lá. Junte a saudade dos meus amigos, e a sensação de ser um fodido, e pronto. Filosofar o pessimismo é tirar o dedo mindinho da bunda. Não coloco como um paradoxo à auto-estima, até porque mesmo pessimista, ela vai muito bem, obrigado. Mas me falta aquele pingo de narcisismo.
Até agora, nada que me dê vontade está ao meu alcance. Vontade, taí. No sistema pessimista, a vontade é inútil. Qual é a meta ou finalidade dela? Uma merda de querer irracional e inconsciente, isso sim. Nada mais que um mal inerente à condição humana, a vontade gera dor (entendam por sofrimento, angústia, aquela porra toda), mas esta necessária e inevitável. Digo isso porque àquilo que se conhece como felicidade seria somente a interrupção temporária do contrário (portanto, você se sentindo like a piece of shit, know what i mean, right?) caso a vontade não andasse de mãos dadas com a dor. Seria deprimente dependermos de uma ou outra lembrança de um sofrimento passado para criarmos ilusão de um bem presente. Mas temos as vontades, os prazeres, as xoxotas. Para Shopenhauer, as xoxotas - digo, os prazeres - são momentos fugazes de ausência de dor e não existe satisfação durável. Logo, tiramos que viver é sofrer. Logo, se viajarmos um pouco, chegamos à conclusão de que a vida é uma prostituta. Se é ou não é, quem liga?, pra mim é fato.
Portanto, agora, me coloco com um ser deprimente, afogando minhas vontades nas ilusões de um prazer passado. Afinal, talvez o contrário também funcione. Ficarei bem e feliz, com passarinhos, campos floridos e freiras taradas.