Continuando o tema de segunda, volto a falar de valores. Porém, inspirado pelo texto do Stock e por uma conversa que tivemos, venho falar-vos de um tipo de valor que considero de extrema importância, se não o de maior importância: o amor. Claro que dentro do amor estão inclusos o amor amizade, o amor de caso, o amor fraterno, enfim, todos os tipos de amor. Todos nós temos, em nossa vida, todos os tipos de amor, e, sempre que penso ou falo sobre esse tema me vem à cabeça inúmeras personalidades, entre elas a mais influente, o poetinha Vinicius de Moraes. Começo citando um verso da música “Eu não existo sem você” em que ele escreveu: “Assim como viver sem amor não é viver”. Dispensa comentários.
Comecei a namorar em Maio. Devo admitir que nunca sofri tanto! São sapos que engulo, palavras refreadas, medo, tensão, mas tudo se dissipa de uma vez quando ela chega. A Namorada é uma pessoa que sabe me fazer sofrer, mas que sabe como me fazer esquecer esse sofrimento. Não acho que sofrer seja ruim, enfim. Ela, como sei que não é a única, sabe fazer sumir o chão, o céu, tudo com um toque, com um sorriso. Ela, com aquela manha, aquele sorriso carregado de perfumes e versos, estes, achados perdidos em meio às loucuras sussurradas por mim aos seus ouvidos. Sabe fazer sumir toda a dor, todo o medo, toda a angústia com um beijo, um abraço, ah!, a namorada sabe tudo! Citando Vinicius: “Sabe me dizer sem lágrimas: ‘Vou sentir saudades quando você for’”. Contudo, sabe que, com lágrimas, derruba qualquer muro que eu tenha construído em volta de mim. Sabe que qualquer defesa minha é de areia.
Continuando com experiências pessoais e, claro, com a poética, falo do amor fraterno e do amor amizade, que, para mim, são a mesma coisa. Uso como exemplo nosso outro cronista, o Stock. Admito que tenho uma inveja dele, mas inveja boa, de querer bem. Pra iniciar vos repasso uma mensagem que meu pai me passou quando era pequeno. Somos compostos por três espíritos: o espírito adulto, o espírito pai e o espírito filho. O adulto é o equilíbrio dos outros dois, que representam, respectivamente, a severidade e a criança. Se perdermos qualquer um desses três espíritos, nos desequilibramos. Pra mim, os textos do Stock são dominados por esse espírito da criança, mas com palavras e segredos soprados pelo pai. São textos nostálgicos, que me fazem lembrar o melhor da minha infância, aquela época em que o medo era só do escuro. Deixo claro que o escuro a que me refiro é o escuro de ausência de luz, pois ainda tenho medo do escuro, mas do metafórico. Mas voltando ao amor fraterno, Stock me deixa com a sensação de que nossos textos se completam, como um irmão equilibra e ajuda outro. Sinto como se, apesar dele me chamar de mestre, sou eu quem aprende nesse jogo.
Termino citando Vinicius novamente pra falar de um amor que não citei no começo: “Ainda acho que o amor que constrói para a eternidade é o amor paixão, o mais precário, o mais perigoso, certamente o mais doloroso. Esse é o único que tem a dimensão do infinito”.
Bonito, né? De se pensar...
Abraços!
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