(...)Tu sabes como dói essa coisa de amar sem ser amado na mesma intensidade. Me ensinaste que é preciso amar assim para que vivamos além da existência e não me arrependo de tê-lo feito, mas acontece que, com o peito extravasado, vivemos nus e apostando nosso coração. Como disse Márquez, "são os riscos de se estar vivo".
Mas não venho maldizer a vida, apenas, como citou Gullar uma frase de alguém que não lembro o nome, que o poeta joga a tristeza dele pra cima de você. Escolhemos viver à beira, esperando apenas que Ela surja para que nos joguemos, abandonados completamente de razão. Não há mais o que fazer, desaprendemos a viver de outro jeito e não queremos voltar. Há consequências extremamente mais intensas, mas, quando há um retorno, é inatingível.
Andei pensando também sobre aquele dilema cristão que tanto discutimos sobre martirizar o corpo para purificar o espírito. Fomos hipócritas. Todo grande amor pelo qual sofremos é um martírio tanto físico quanto espiritual. Aquele amor pelo qual passamos dias nos alimentando vagarosamente, mal, pelo qual bebemos e, antigamente, sem saber, apelamos à mandinga da capoeira que, misteriosamente, nos revelava caminhos pela crença, pela música, pela companhia e compreensão, nos purificou e nos levou um degrau acima. Somos o que somos graças aos atos e ao que sofremos, que, de um jeito ou de outro, nos formou o caráter.
Tu entendes, é diferente...
Lembrando de Vinicius, morremos de amor tantas vezes que acabamos nascendo também, muitas vezes, imensamente... A vontade que tenho é de olhá-la e dizer com palavras alheias "vai teu caminho que eu vou te seguindo em pensamento e aqui me deixo rente quando voltares, pela lua cheia, aos braços sem fim do teu amigo"... Aquele pássaro contente - digo-o com o mesmo riso que se ri quando dizemos "filha da puta"!
O que, pessoalmente, consola é que "de repente, nunca mais esperaremos"...
Vai passar antes que nos encontremos, mas precisava dizê-lo antes que me restasse nada além de um quarto escuro e o arrependimento de não tê-lo feito.
Mande notícias,
Gui.
Mas não venho maldizer a vida, apenas, como citou Gullar uma frase de alguém que não lembro o nome, que o poeta joga a tristeza dele pra cima de você. Escolhemos viver à beira, esperando apenas que Ela surja para que nos joguemos, abandonados completamente de razão. Não há mais o que fazer, desaprendemos a viver de outro jeito e não queremos voltar. Há consequências extremamente mais intensas, mas, quando há um retorno, é inatingível.
Andei pensando também sobre aquele dilema cristão que tanto discutimos sobre martirizar o corpo para purificar o espírito. Fomos hipócritas. Todo grande amor pelo qual sofremos é um martírio tanto físico quanto espiritual. Aquele amor pelo qual passamos dias nos alimentando vagarosamente, mal, pelo qual bebemos e, antigamente, sem saber, apelamos à mandinga da capoeira que, misteriosamente, nos revelava caminhos pela crença, pela música, pela companhia e compreensão, nos purificou e nos levou um degrau acima. Somos o que somos graças aos atos e ao que sofremos, que, de um jeito ou de outro, nos formou o caráter.
Tu entendes, é diferente...
Lembrando de Vinicius, morremos de amor tantas vezes que acabamos nascendo também, muitas vezes, imensamente... A vontade que tenho é de olhá-la e dizer com palavras alheias "vai teu caminho que eu vou te seguindo em pensamento e aqui me deixo rente quando voltares, pela lua cheia, aos braços sem fim do teu amigo"... Aquele pássaro contente - digo-o com o mesmo riso que se ri quando dizemos "filha da puta"!
O que, pessoalmente, consola é que "de repente, nunca mais esperaremos"...
Vai passar antes que nos encontremos, mas precisava dizê-lo antes que me restasse nada além de um quarto escuro e o arrependimento de não tê-lo feito.
Mande notícias,
Gui.
|