quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

A Declaração

Salve!
De tudo que podemos escrever, o amor sem dúvida, é o que nos rende mais assunto! Eis a minha singela declaração de amor.

Lembro, quando nem idade tinha para lembrar, te vi brilhando naquela festa. Tamanha era sua beleza que para mim, naquela época, você era um grande enigma.

Sumiste da minha vida por dois anos inteiros. Meus pais e avós acreditavam que você me faria mal. Bobagem. Nunca vou esquecer aquele dia. Foi em outra festinha. Dessas chatas que gente grande insiste em ir, mesmo não tendo nenhum escorrega ou fliperama. Os da minha idade, percebi, estavam como eu, agarrados aos pais, de saco cheio querendo ir para casa.

Então os meus olhos de criança te encontraram ali, sozinha perto à mesa. Na minha curiosidade ingênua caminhei em sua direção, apenas para sentir que a medida que me aproximava, ficava cada vez mais gelado. Engoli em seco. Meus dedos magrelos te envolveram, e assim que te toquei, um calafrio passou da ponta do mindinho até minha nuca. Nunca sentira aquilo antes. Fiz algo que não devia, mas não me arrependo. Meus lábios secos te encontraram, e aquele gosto divino se espalhou pela minha boca, enlouquecendo meu paladar. Lambi os beiços. Eu era outra pessoa. Mesmo tão novo, sabia que aquilo que sentira era amor.

Crescemos juntos, te vi ficar mais esbelta e fina, tua cor morena se tornava cada vez mais atraente. Toda vez que meus lábios te tocavam, minhas mãos suavam frio e era uma deliciosa experiência: aquela explosão de amor e satisfação. Minha eterna companheira, como era bom ter você ao meu lado no cinema, nas madrugadas que passávamos acordados e mesmo nas festas você estava lá. Zombavam de mim. Muitos preferiam as loiras, mas você... Ah, você era a minha Morena ideal.

Você me viu deixar o cabelo crescer e meu rosto se encher de espinhas, mas nem por isso me abandonou. Mas, na adolescência, como de costume dos seres humanos nessa época, cometi os maiores erros da minha vida. Estava louco por novas experiências e influenciado por ideais estúpidos: te abandonei.

Não sabe como sofri sem você. Tive outras experiências, claro, mas nenhuma tão prazerosa e nenhuma com tanto amor. Não havia a tal explosão nas outras que meus lábios tocaram. Eram boas até certo ponto, mas nenhuma me satisfazia como você. Por um ano senti sua falta. Por um ano não fui completo.

Por fim deixei de tabu e voltei a amar. Valeu a pena ficar sem você um ano só para sentir seu gosto de novo como se fosse a primeira vez!

Nunca mais vou te largar. Te amo, minha Coca-Cola

Te amo no copinho de plástico ou na latinha gelada, te amo cheia de gelo no cinemark ou no bico da garrafa de vidro.