terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Tudo o que me atormenta:

Deixo essa postagem com pensamentos e citações que considero de suma importância, nem que seja pra ficar no subconsciente...

Procurei, intimamente, me convencer de que não vai acabar, mas tudo isso soa como um adeus para mim.
Procurei um lugar calmo em que eu pudesse refletir, enfim, me conformar.
Tenho certeza absoluta de que perderei contato com os meus melhores amigos, por mais que digamos "de jeito nenhum" quando reprimidos a não nos distanciarmos. É inevitável! Triste, mas inevitável.
Mas, para todos os solitários notívagos como eu, aqui vai o recado: a vida continua. Tentemos não nos prender a padrões, tentemos estar sempre renovando, evoluindo, nem que para isso tenhamos de regredir também.
Mas, que possamos nos reencontrar, nos abraçarmos no futuro como fazemos hoje: com sinceridade, mais que amor! Amor, nesse caso, é fácil, difícil mesmo é a sinceridade. Que possamos nos beijar fraternalmente, sentar do lado de fora de um bar de esquina e beber, como hoje.
Só peço a vocês uma única coisa: sei que o destino há de colocar cada um em seu caminho e, talvez, esse caminhos seja triste ou doloroso, mas, por favor, não se tornem completamente adultos, não anseiem pela responsabilidade. O mundo é nosso hoje e será amanhã se estivermos dispostos a tê-lo. E, acreditem, adultos não têm essa vontade.
Creio que a vida fará de nós pessoas admiráveis pois temos cabeça para isso; Fará de nós reis, rainhas, atores, cavaleiros, plebeus e poetas - os mais nobres de todos; Fará de nós o essencial para que o mundo se cure do veneno que o possuiu.

" Vocês irão partir da segurança da casa onde nasceram para realizar os objetivos de suas vidas.
Para pensar, criar e agir.
Quem sabe para se sentirem tentados a exercer o poder que Deus nos proibiu, ou do qual, talvez nos protegeu por milhares de anos.
Nesse mundo vocês terão sucesso porque têm conhecimento.
O estudo deve se tornar um dever religioso.
Porém, se acharem que têm poder, estarão enganados.
Se acharem que têm o direito de estar à frente dos outros porque pensam que sabem mais, estarão errados.
Nunca se deixem levar pelo pecado da vaidade.
Ela é o maior dos pecados e fonte de todos os outros.
Se, porém, a vida os levar a julgar alguém, saibam que tudo o que fazem é lutar por sua segurança.
São pessoas como nós.
Portanto, não se baseiem em aparências.
Cuidado com os boatos.
Examinem tudo por vocês mesmos.
Desprezem as patentes.
Não assumam o que não conhecerem.
Pratiquem a disciplina ainda que de um modo próprio.
Não ostentem o que é de vocês.
Bens e propriedades podem ser consumidos pelo fogo, carregados pela inundação e principalmente levados por políticos.
Quando se sentirem excluídos, não lamentem.
Se adaptem a outros meios e assim se tornarão capazes de sentir a ligação entre as partes de um todo.
Nunca abandonem a Deus.
A vida é só um barco a deriva, equilibrado pela incerteza.
E somente Ele é um barco estável para conduzi-los a outra margem."

Esse texto é do meu pai, escrito a mim e à minha irmã.

Agora, uma citação do livro "O Coração das Trevas" de Joseph Conrad:
"Não, não me enterraram, embora tenha havido um período que recordo vagamente, com espanto e horror, como uma passagem por um mundo inconcebível, onde não há esperança nem desejo.
Achei-me de volta a cidade sepulcral, ressentindo a visão de pessoas com pressa nas ruas, para roubar um pouco de dinheiro umas das outras, devorar sua infame cozinha, engolir sua cerveja insalubre, sonhar seus sonhos insignificantes e tolos.
Atropelaram meus pensamentos. Eram intrusos cujo conhecimento da vida era para mim uma pretensão irritante, porque me sentia bastante seguro de que não tinham condições de saber as coisas que eu sabia.
Suas maneiras, que eram simplesmente as maneiras de indivíduos comuns lidando com seus negócios na certeza da perfeita segurança, eram ofensivas para mim como a escandalosa empáfia dos tolos diante de um perigo que são incapazes de compreender.
Não tinha nenhum desejo especial de iluminá-los, mas tinha alguma dificuldade em abster-me de rir de suas caras tão cheias de estúpida importância.
Perambulava nas ruas - havia muitos assuntos a acertar - arreganhando os dentes para pessoas "absolutamente responsáveis".
Admito que meu comportamento era inescusável, mas a temperatura naqueles dias raramente se mantinha normal..."

Termino escrevendo algo que tem sido minha maior crença e meu maior apoio nos últimos meses: Nós só nos separamos para nos encontrarmos novamente. Enfim, bebam, caiam, fumem, chorem, riam, se levantem, batam, xinguem, praguejem e, acima de tudo, amem, pois viver sem amar é apenas existir.

Um ótimo final de ano e um abraço sincero do DóGui.

Sacada - 2:16am - 24/12