O Profeta, Khalil Gibran, L&PM Pocket, págs. 14 e 15.
"Não é uma peça de roupa que jogo fora hoje, mas uma pele que rasgo com minhas próprias mãos.
Também não é um pensamento que deixo para trás, mas um coração adocicado pela fome e pela sede.
Porém, não posso me demorar mais. O mar, que chama todas as coisas, me chama e devo embarcar. Pois ficar, apesar das horas que queimam na noite, é congelar e cristalizar e ficar colado a um molde. De bom grado, levaria comigo tudo que existe aqui. Mas como poderia?
Uma voz não pode levar a língua e os lábios que lhe deram asas. Deve buscar o éter sozinha. E sozinha e sem o seu ninho deve a águia voar através do Sol".
Comecei a postagem com o começo de um livro que achei aqui na escrivaninha. Provavelmente meu pai que largou aqui. Mas, ao assunto.
Me identifiquei demais com essa passagem. Comecei a faculdade e é difícil chegar e não ver os amigos de sempre. Me senti mal um dia antes do primeiro dia, mas passou. Me sinto mal novamente hoje.
Vi alguns rostos familiares nesse final de semana e nunca me senti tão em casa, apesar de estar longe dela. Tomara que consiga encontrá-los ao acaso vez ou outra que estiver sem rumo, perdido e precisando de algo reconfortante. O colégio, é hoje, minha maior saudade e minha melhor lembrança, mas, como está escrito nesse mesmo livro, "... o amor não conhece sua própria profundidade até a hora da separação (...) Pois mesmo quando o amor vos coroa, ele vos crucifica".
Mas nem tudo está perdido. Quero explicar o por quê do nome "Intermitência" à postagem. Intermitência é a qualidade que se aplica a algo que é interrompido por pausas, assim como tem sido esse sentimento que me aflige de vez em quando e a freqüência com a qual eu vejo meus amigos. Tudo tem sido interrompido.
Não vou me encarregar da missão de manter tudo junto. Cada um sabe o que é importante para si, e, para mim, eles são importantes. Mas não depende de um só.
Deixo com vocês meu coração,
Gui.
domingo, 10 de fevereiro de 2008
Assinar:
Comment Feed (RSS)
|