Não é segredo de ninguém o fato de eu ter uma certa quedinha pela Srta. Cravo & Canela... e após um certo encontro, sob o mormaço que se abate sobre essa Paulicéia. E aqui vai, meio derrubado, meio apressado... como todo sintoma de paixonite.
A dríade
Mormaço. Ardia mais que qualquer Kalahari aquela tarde. As sombras ausentavam-se, irônicas. Especialmente as das árvores. Sombras fugidias, taí, um ótimo nome pra qualquer poema byroniano. Como quem dissesse “Ardam, culpados!”, a fornalha do Sol fazia o papel de vilão(...)
Seus cabelos louros, fios d’ouro brilhavam mais que o de costume. Ofuscavam a beleza de qualquer madeixa, por mais bela que fosse. Atraía-me, ardilosamente. No fundo ela sabia. Sabia que aquele olhar doudo, somado àquele perfume lascivo e provocante (sim, Castro Alves...) era armadilha a qualquer mortal, especialmente a mim. A tentação, misturada ao calor impávido, enleava-me, sussurrava-me, lânguida. Miragem, miragem...
E não mais que de repente, qualquer defesa que possuísse, se esvaiu perante a mais inocente e mais poderosa arma feminina: o sorriso, com aquele charme secreto, tendendo ao petulante. Era Pã, de cuja flauta havia soprado a mais perfeita das dríades. De graça ímpar, de sabores infindos... O amor com gosto de canela. Sabor de Gabriela.
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