terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Não é segredo de ninguém o fato de eu ter uma certa quedinha pela Srta. Cravo & Canela... e após um certo encontro, sob o mormaço que se abate sobre essa Paulicéia. E aqui vai, meio derrubado, meio apressado... como todo sintoma de paixonite.

A dríade

Mormaço. Ardia mais que qualquer Kalahari aquela tarde. As sombras ausentavam-se, irônicas. Especialmente as das árvores. Sombras fugidias, taí, um ótimo nome pra qualquer poema byroniano. Como quem dissesse “Ardam, culpados!”, a fornalha do Sol fazia o papel de vilão(...)

Seus cabelos louros, fios d’ouro brilhavam mais que o de costume. Ofuscavam a beleza de qualquer madeixa, por mais bela que fosse. Atraía-me, ardilosamente. No fundo ela sabia. Sabia que aquele olhar doudo, somado àquele perfume lascivo e provocante (sim, Castro Alves...) era armadilha a qualquer mortal, especialmente a mim. A tentação, misturada ao calor impávido, enleava-me, sussurrava-me, lânguida. Miragem, miragem...

E não mais que de repente, qualquer defesa que possuísse, se esvaiu perante a mais inocente e mais poderosa arma feminina: o sorriso, com aquele charme secreto, tendendo ao petulante. Era , de cuja flauta havia soprado a mais perfeita das dríades. De graça ímpar, de sabores infindos... O amor com gosto de canela. Sabor de Gabriela.