Nada sobrará – disse certa vez o sábio, replicando minha aparente eloqüência. Ruiu qualquer fascínio que possuía sobre o velho.
– Como ousa? – necessitava de tempo para a tréplica.
Ele simplesmente apontou ao horizonte e disse: “pense”. E fiquei lá, pescando do céu possíveis respostas. Respostas plenas, fossem pelo murmúrio da aragem que fazia trepidar a campina sob meus pés, fossem pelo cair do orvalho sobre minhas rugas de dúvidas. “Devaneios febris” era como o velho costumava chamar as paixões e lembrar disso me fez rir. Adormeci com um sorriso no rosto e sonhei. Sonhei contornos de mulher. Era tudo utopia, quimera de minha mente, inebriada pela febre do querer. Torci para não acordar, temendo não sentir o roçar do meu corpo ao dela. Ah, Gabriela!
Peço desculpas pela voracidade em postar, mas preciso compartilhar com vocês sensações que (ultimamente) me dominam.
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
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