Tomou coragem e disse-lhe. Sem rodeios. Já não era sem tempo, não há coraçãozinho que suporte mais tamanha angústia. Claro, sucedeu em taquicardia. Seu coração acelerou-se, órgão que é, numa epopéia de sístoles e diástoles.
Abriu seu coração, murmurou porquês entre suspiros pausados, gaguejos indizíveis e piscadelas furtivas.
Sabia que dela fazia parte um coração de ouro, certeza essa tinha ao admirar a pureza e inocência de seu sorriso tendendo ao pueril.
Com o coração na mão, despido de qualquer disfarce, a verdade saiu. As palavras, perdidas, tentaram em vão dar cor à ação.
Ela, pueril só no sorriso, já sabia décor a ação. Do fundo do coração, entendeu-o. Ou fez que sim, para que não se passasse por coração de pedra. Afinal, ele estava ou não entregando seu coração?!
Era uma cena de cortar o coração... Falar do coração e com o próprio nas mãos não é tarefa fácil - sugiro que haja condecoração aos bravos que se incumbem disso.
Quis o destino que ela corasse, que suas maçãs a entregassem no mais largo e franco sorriso que o mundo já teve o prazer de reproduzir.
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