quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Sonhe outro mundo

Vida oscilante. Em um mundo (feito) feio pelos “human being”, cada qual enfurnado em seu respectivo buraco, na busca incessante por acumular, meros escravos do calvinismo-moderno. Tal aspecto reflete diretamente no que chamamos de vida em comunidade. Afastamo-nos da graça do viver, do conforto sem exorbitância, do ter o necessário, já que dessa vida não levaremos mais que lembranças. Lembranças essas, pelo andar da carruagem, horríveis. Dignas de serem enterradas, com perdão do trocadilho. Mirem seus semelhantes, mas sem o olhar crítico e cínico. Se o puderem. Utopia ou não, me arrisco a rascunhar possíveis soluções. Fantasias de um Zé ninguém, meras palavras de indignação, como que cuspidas ao ar, na esperança de atingir em cheio o rosto de alguém. Sonhei outro mundo. Onde quatro caminhos tinham cinco destinos, onde a fortuna era sinônima de alegria. Onde mãos calejadas apertavam milhões. Onde abraços eram sinceros e, de fato, marcavam encontros. Onde a morte não era temida, mera passagem para outras dimensões. Sonhei respeito mútuo, tolerância inabalável a crenças, costumes, . Sonhei grande, admito. Mas só consegui sonhar outro mundo sonhando. Tão perto e tão longe. Um sonho de sete léguas.